Educação ambiental e agroecologia : desafios e possibilidades para a formação de uma consciência socioambiental nas escolas

Abstract

Em busca de constituir novos aprendizados, diante do agravamento das crises ambientais e sociais que assolam o planeta, como o desmatamento, as mudanças climáticas, a contaminação de recursos naturais e o aumento das desigualdades, torna-se evidente que o modelo de desenvolvimento baseado na exploração desenfreada da natureza e na lógica do lucro a qualquer custo está em colapso. Essa realidade exige não apenas ajustes pontuais, mas uma mudança profunda na forma como nos relacionamos com o meio ambiente, com a coletividade e com os processos de produção e consumo. Nesse cenário, a educação ambiental se destaca como uma ferramenta estratégica e transformadora, pois vai além da simples transmissão de conhecimentos, ela propõe à reflexão crítica, ao reconhecimento dos conflitos socioambientais e à busca por práticas sustentáveis. O presente trabalho traz como objetivo geral analisar as possibilidades e os desafios da inserção da Agroecologia como prática pedagógica no âmbito da Educação Ambiental nas escolas, visando à formação de uma consciência socioambiental crítica. Para isso, buscou-se compreender os fundamentos teóricos de ambas as áreas, identificar diretrizes e políticas públicas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e refletir sobre as principais dificuldades pedagógicas no processo de implementação. A metodologia adotada foi qualitativa, com caráter exploratório e documental, ancorada em autores como Gil (2008), Minayo (2015) e Bardin (2016), e utilizou como base documentos oficiais, relatos de experiências e estudos de caso. As análises revelaram que práticas como hortas escolares e compostagem possibilitam integrar teoria e vivência concreta, fortalecendo vínculos entre escola, território e natureza. No entanto, desafios como a falta de formação continuada, a escassez de recursos e o currículo fragmentado dificultam essa integração. A pesquisa reforça que a Agroecologia, por sua natureza interdisciplinar, tem potencial transformador e pode ser ferramenta estratégica para promover justiça socioambiental, valorização dos saberes locais e uma educação crítica e emancipadora. Assim, sua inserção no cotidiano escolar é não apenas necessária, mas urgente diante das crises ambientais e sociais atuais.