Bizâncio iconoclasta (séculos VIII e IX) : o estatuto da imagem e sua adaptação para o ensino básico

Abstract

O presente trabalho dedica-se à análise do movimento iconoclasta, vigente durante os séculos VIII e IX, na confluência de fatores políticos, sociais e econômicos, particulares ao Império Bizantino. Durante este período, poderosas imagens, cujo refinado sistema de representação fora desenhado através dos debates em Concílios Ecumênicos ao longo dos séculos, tornaram-se proibidas. Nesse processo, foi fundamental perceber como a extensa discussão em torno delas tornou-se palco de uma radical política que implicou seleções, visto que, durante sua execução,as representações imperiais que continuaram circulando, principalmente através de moedas,partilharam estratégias constitutivas comuns também aos ícones, como é possível perceber por meio da The William Herbert Hunt Collection. Frente a essas questões, os trabalhos do Renato Viana Boy, Caroline Coelho Fernandes; assim como Jean-Yves Leloup, Alain Besançon; além de Steve Runciman, Michel Angold, Bernard Lewis e Cyril Mango foram fundamentais para apresente monografia. O desejo pelo controle dos monges e dos mosteiros, a centralização do poder imperial, o avanço do islã e demais questões militares e diplomáticas que envolviam esse cenário, foram apontados como importantes elementos para compreender a iconoclastia bizantina. O movimento tem ainda uma valiosa importância também para a sala de aula da rede básica, ao estimular a construção de um conhecimento mais honesto e crítico acerca das imagens e, sobretudo, frente ao eurocentrismo em História.