A intertextualidade presente nas redações do Enem

Abstract

O presente estudo analisa a relação entre os níveis de intertextualidade e os graus de informatividade em redações do Enem, no período de 2018 a 2022. Fundamentado nas contribuições teóricas de Hoffnagel sobre os níveis de intertextualidade e de Fávero acerca dos graus de informatividade, o objetivo principal foi verificar como o uso da intertextualidade influencia a qualidade informativa dos textos e suas respectivas pontuações. Foram analisadas nove redações com diferentes faixas de pontuação (até 599 e entre 800 e 1000 pontos), considerando as competências exigidas pelo exame, especialmente a Competência 3. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, explorando as referências explícitas e implícitas utilizadas pelos candidatos, assim como a capacidade de elaboração de novos argumentos a partir dos textos motivadores. Os resultados indicaram que redações com maior uso explícito de intertextualidade tendem a apresentar maior informatividade e originalidade, enquanto textos que apenas reproduzem informações previsíveis foram penalizados. Além disso, quanto mais o autor se afasta dos textos motivadores, maior a complexidade e originalidade do argumento, tornando o texto mais interessante.