Sentidos de/sobre espaço em "A educação pela pedra": identidade nordestina e imaginário social

Abstract

Neste trabalho, busco analisar discursivamente a poesia de João Cabral de Melo Neto, mais especificamente os sentidos de “espaço” que trazem imaginários de Nordeste e de Sertão. Para isso, abordei aspectos teóricos da Análise do Discurso pecheuxtiana e da literatura, a partir de autores como Pêcheux (1997, 2014), Orlandi (2015), Bosi ([1970]2021), Secchin (2018), Petri (2013), Albuquerque Júnior ([1999] 2018), entre outros. No que diz respeito à análise, o corpus é formado por três poemas do livro A educação pela pedra (1966), a partir dos quais busco compreender os discursos de crítica às secas provenientes do Nordeste e o contexto literário da época que exigia uma maior participação social, construindo assim imaginários de miséria e morte no Sertão nordestino. João Cabral sucede em exercer a crítica social de acordo com as imagens de Sertão que constrói na formulação de sua poesia, fazendo uso de uma linguagem sucinta para expressar a dureza do Nordeste, mas também a resiliência e a possibilidade de produção discursiva e de vida nessa situação.