A rotação por estação como estratégia didática para abordar fisiologia humana com ênfase nos perigos da automedicação

Abstract

A prática da Rotação por Estação (RPE) se estrutura no conjunto das metodologias ativas, que consiste na divisão da turma de estudantes em pequenos agrupamentos que transitam por distintas estações de trabalho e realizam tarefas específicas e variadas. As atividades propostas exploram e executam diferentes facetas de um mesmo assunto ou habilidades de diversas áreas distintas dentro de um intervalo de tempo determinado, o que oportuniza uma experiência de aprendizagem mais dinâmica e problematizadora aos participantes. Para este trabalho definimos explorar o tema automedicação e seu impacto na fisiologia humana de forma a buscar tornar este estudo contextualizado e reflexivo aos estudantes, para uma aprendizagem dentro da complexidade dos conceitos das Ciências da Natureza através da estratégia proposta na Rotação por Estação. Objetivamos observar e validar a eficácia da Rotação por Estação no contexto específico da relação entre o uso de drogas farmacológicas e seus efeitos no organismo, visando fomentar a reflexão sobre a automedicação, uma prática comum no cotidiano humano e no ambiente escolar. Participaram desta aplicação estudantes do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública estadual em Paulista – PE ao explorarem as etapas da farmacocinética: absorção, distribuição, metabolismo e excreção de medicamentos. Previamente, identificamos através de questionário de sondagem quais medicamentos comumente são escolhidos para automedicação. Nossos resultados nos evidenciam que a vivência de atividades no contexto da Alfabetização Científica (AC) na Rotação por Estação contribuiu para o aprimoramento da Aprendizagem Significativa (AS) dos estudantes, o que vem refletir no desenvolvimento de competências e habilidades como pensamento crítico, expressão oral, argumentação e aplicação de conceitos científicos. Além disso, oportunizou-se diversificadas estratégias didáticas que aprimoraram compreensões da temática e integraram ferramentas digitais e atividades práticas com a leitura e interpretação de situações, o que se colocaram tanto como uma excelente abordagem pedagógica como também um estímulo motivacional eficaz no processo educacional por seu dinamismo. Assim, permitiu-se que os estudantes explorassem diversos aspectos de uma mesma temática e os incentivou à discussão e à troca de ideias observadas nos atos proativos de busca e exposição de pensamentos e resoluções. Constatamos, então, que os estudantes se colocaram mais conscientes das consequências da automedicação desorientada e dos novos comportamentos necessários para minimizar impactos cotidianos em suas vidas como também na coletividade escolar e familiar, o que implica em resultados benéficos no contexto da saúde coletiva. Por fim, é culminante, o quão valioso a compreensão dos estudantes sobre o tema para se tornarem disseminadores do conhecimento dentro da comunidade escolar, por meio da criação de cartões produzidos por eles mesmos, enfatizando a importância de se tornarem agentes ativos no processo de ensino- aprendizagem.