O ensino remoto e seus desafios sob a ótica dos estudantes do ensino médio de uma escola pública na cidade do Recife-PE

Abstract

Diante das diversas mudanças ocorridas na sociedade durante a pandemia de COVID-19, doença causada pelo Coronavírus, o isolamento social foi a que mais impactou na educação, pois as escolas foram obrigadas a fechar suas portas e encerrar todas as atividades presenciais, com isso o ensino remoto foi adotado como ferramenta para dar continuidade às aulas nos anos de 2020 e 2021, desafiando assim toda comunidade escolar a se adaptar ao novo contexto. O objetivo do presente estudo é identificar os principais problemas enfrentados durante o período de aulas remotas na ótica dos estudantes do ensino médio da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (EREFEM) Liceu Nóbrega de Artes e Ofícios, localizada na cidade do Recife, estado de Pernambuco, Brasil. A pesquisa foi aplicada de forma presencial, através de um questionário que foi elaborado com 19 perguntas fechadas para 227 estudantes do ensino médio da Escola Liceu. A partir da análise dos resultados pode-se observar que (51,5%) dos alunos alegaram sentir dificuldade com o ensino remoto, (37,9%) um pouco de dificuldade e apenas (8,8%) alegaram não sentir dificuldades. Quando questionados acerca dos recursos tecnológicos, (29,5%) dos alunos responderam não possuir computador ou tablet para os estudos; (30%) precisou compartilhar aparelhos eletrônicos com irmãos, primos ou colegas e (50,7%) precisou compartilhar sinal de internet. A pesquisa ainda mostrou que (78,4%) responderam que algum familiar da sua casa foi diagnosticado com COVID-19 e (40,5%) dos alunos informaram que contraíram a COVID-19 durante o período de aulas remotas. Dessa forma infere-se que, apesar de proporcionar conhecimento e prática com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TIDICs) à professores e alunos, em um contexto geral, o ensino remoto foi negativo, pois a grande maioria dos alunos relataram dificuldades durante o período, pôde-se identificar também, que grande parte dos alunos não possuíam os recursos tecnológicos adequados para uma boa aprendizagem e que mesmo com o isolamento social houve uma grande taxa de infecção pela doença durante o período de ensino remoto. Conclui-se assim que é necessário, uma maior atuação das redes de ensino, como também políticas públicas e investimentos em recursos tecnológicos, garantias para que os alunos tenham de forma inclusiva acesso a internet e equipamentos adequados para realização dos estudos nessa modalidade de ensino, que foi utilizada de maneira emergencial, mas que pode sim ser uma alternativa para educação básica, desde que seja igualitária.