O processo de absorção do empregado, pessoa com necessidades específicas, na Chesf (2010 - 2012)

Abstract

Esta dissertação possui como tema central o processo de absorção do trabalhador, pessoa com necessidades específicas na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), compreendido no período de 2010 até 2012. Trata-se de uma pesquisa inédita e acredita-se que a sua maior contribuição será propor, prioritariamente ao setor de gestão de pessoas das empresas, estratégias para aperfeiçoamento das futuras contratações, recepção e alocação de seus novos empregados, pessoas com necessidades específicas. Do ponto do referencial teórico, foi preciso construir um eixo interdisciplinar para onde confluíram autores advindos da Gestão Pública como Bresser Pereira e Clézio Saldanha dos Santos. No que se conceitua como pessoa com necessidades específicas, vez que é um conceito absolutamente novo, foram basilares as contra argumentações elaboradas a partir das designações atribuídas ao segmento contidas, principalmente, na Constituição Federal de 1988, ratificada na Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU) e de autores como Marcos Mazzotta e Romeu Kasumi Sassaki. Acerca da visão atual, poder, papel social das instituições públicas, enquanto disciplinadoras; e controle de poderes e micro poderes, utilizou-se, em especial Michel de Foucault e Boaventura Souza Santos. Registre-se que para além das fontes literárias, um detalhado levantamento e reflexões foram realizados sobre as legislações nacionais e internacionais concernente ao tema. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa, descritiva, documental, explicativa, intervencionista, com aplicação de entrevistas semiestruturadas. Este trabalho propõe-se, por intermédio do relato da saga experienciada pelas pessoas com necessidades específicas, ao longo da História; em seu caminhar para existir e para construir sua identidade; e do relato dos pensares e ideias que tiveram que transpassar superar, para, nos momentos de hoje, serem reconhecidos e valorizados como pessoa — cidadão —, como continuidade do trajeto de firmação, ratificação de sua independência, autodeterminação e empoderamento. Relata, no período compreendido da segunda metade do século XVIII ao século XX, a realidade do atendimento vivenciado pelas pessoas com necessidades específicas no Brasil, sobre a oferta e utilização dos serviços de saúde, educação e do trabalho. Retrata, ainda, o papel e a força da linguagem como instrumento de ratificação e consolidação da exclusão; provocadora, também, de novos pensares, como o processo percorrido para criar e instituir os conceitos e saberes do paradigma da inclusão, que imprime e instala um repensar sobre diversidade, diferença e singularidades humanas. Decorre, então, dessa nova percepção do homem um conjunto de medidas e ações afirmativas, advindas de reivindicações e protagonismo de militantes e ativistas, pessoas com necessidades específicas, de seus familiares, técnicos e organizações da sociedade civil, governos, demais poderes e empresas, que resultam em uma somatória de declarações, convenções, internacionais e nacionais; que produzem e constituem um conjunto de normativos do arcabouço legal para implantação das Políticas Públicas Inclusivas.