O impacto das infraestruturas urbanas no Ecossistema de inovação: diretrizes para Recife com base nas experiências de São Francisco-SF-EUA e Tallinn-Estônia

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo analisar de que maneira as infraestruturas urbanas impactam o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação, tomando Recife como objeto de estudo e tendo como referência comparativa os ecossistemas consolidados de São Francisco (EUA) e Tallinn (Estônia). A problemática central reside nos desafios e potencialidades do Recife para consolidar-se como um ambiente inovador frente a desigualdades urbanas, limitações de infraestrutura e necessidade de políticas integradas. Justifica-se o estudo pela urgência de fortalecer ambientes urbanos inovadores no Brasil, contribuindo com diretrizes práticas para a qualificação das cidades frente à nova economia digital. O percurso metodológico adotado foi o estudo de caso comparativo, fundamentado em pesquisa exploratória e descritiva, com análise documental e aplicação de ferramentas como SWOT e TOWS. A análise do discurso foi utilizada para interpretar políticas, discursos institucionais e experiências práticas dos atores envolvidos. O estado da arte foi revisitado a partir de estudos recentes sobre ecossistemas de inovação, infraestrutura urbana, cidades inteligentes e rankings internacionais, destacando os modelos de São Francisco e Tallinn como referências globais. As fontes secundárias abrangeram literatura científica, legislações, relatórios institucionais, bases de dados públicos e documentos oficiais. Os resultados permitiram identificar 7 (sete) dimensões estratégicas de infraestrutura urbana (mobilidade urbana integrada, conectividade, energia/sustentabilidade, espaços urbanos de inovação, convivência/cultura, administrativa/governança e equipamentos urbanos sociais), detalhadas em 26 (vinte e seis) subcomponentes, avaliadas comparativamente entre as cidades. Constatou-se que São Francisco e Tallinn apresentam modelos sinérgicos, com infraestruturas integradas e políticas inovadoras, enquanto Recife demonstra avanços pontuais, mas ainda enfrenta problemas estruturais e desafios de integração. As diretrizes propostas indicam caminhos para fortalecer a infraestrutura do ecossistema recifense, promovendo sinergias entre governo, universidades, empresas e sociedade civil, e oferecendo subsídios para o planejamento urbano integrado e para políticas públicas voltadas à inovação. O trabalho contribui, assim, para o debate sobre cidades inovadoras e políticas urbanas.