A história oral no currículo da EJA: reflexões no contexto escolar tacaimboense/PE.

Abstract

Historicamente, a educação brasileira foi regida pelo que Freire chamou de educação bancária, pautada na hierarquização das relações educador-educando, na falta de dialogicidade e de contextualização com as realidades existente e que objetiva a reprodução da lógica do mercado. Este contexto auxilia na permanência das relações socioeconômicas vigentes e impossibilita que as histórias dos povos e de suas comunidades tenham espaço na sociedade e na sala de aula. Se contrapondo a este contexto, trazemos a história oral como uma ferramenta pedagógica garantidora do resgate à fala dos sujeitos, do diálogo e do estreitamento da relação entre educador-educando. Desse modo, estabelecemos como problema de pesquisa: qual o espaço da história oral no currículo da EJA em uma escola municipal de Tacaimbó-PE? A relevância dessa pesquisa está em compreender como a história da classe trabalhadora, principal público da EJA, está sendo desenvolvida em sala de aula. Visando a resposta da questão, partimos de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, por meio da pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A discussão teórica, presente nos tópicos de desenvolvimento, está fundamentada nos autores que abordam essa temática, tais como: Haddad e Di Pierro (2000), Strelhow (2010), Lódi e Sanceverino (2021), Farias e Furlanetti (2021), Arroyo (2011; 2008) Thompson (1992; 2002) Santhiago e Magalhães (2015), Sônia (2006) e Freire (1992; 2003; 2020). Os resultados encontrados na pesquisa evidenciam a utilização da história oral na EJA de Tacaimbó destacando que, durante a sua utilização, gera o resgate da fala dos sujeitos e a aproximação na relação educador-educando. Quanto aos pontos negativos de sua utilização, notamos que as respostas não foram muito detalhadas, mas foi-se citado a escrita e a leitura dos educandos.