DIETA CETOGÊNICA DURANTE A LACTAÇÃO: avaliação do crescimento, perfil bioquímico e microbiota intestinal na prole de ratos jovens

Abstract

Durante o período da lactação, alterações na dieta materna, como por exemplo aumento do teor de gordura podem atuar como estímulo ambiental e assim modificar o rumo do desenvolvimento dos sistemas do organismo. A dieta cetogênica é uma alternativa dietética e que pode apresentar relações com o crescimento somático, composição corporal, perfil lipídico e microbiota intestinal. O objetivo geral é avaliar os efeitos que uma dieta cetogênica, rica em gordura saturada, durante a lactação tem sobre o crescimento somático, bioquímica e a microbiota intestinal na prole de ratos jovens. Foram utilizadas 11 ratas Wistar, nulíparas, adultas e 48 filhotes machos provenientes dessas ratas. Após o nascimento dos filhotes, as ratas eram direcionadas para um dos grupos experimentais: o Grupo Controle (GC; n=6) com a dieta controle (3,6cal/g, 18% proteínas, 63% carboidratos e 19% de lipídios) e Grupo Cetogênico (GK; n=5) com a dieta cetogênica (5,4cal/g; 19% proteínas, 10% carboidratos e 71% de lipídios). Cada grupo contou com um número de 24 filhotes, divididos de acordo com a dieta ofertada à mãe durante a lactação, tendo o Filhote do Grupo Controle (FGC) e o Filhote do Grupo Cetogênico (FGK). Após o desmame, as proles de ambos os grupos receberam a dieta controle até os 60 dias de vida. A prole de ambos os grupos foi avaliada aos 25º e 60º dia de vida, assim foi feita a análise do peso corporal, as medidas murinométricas, o consumo alimentar, o perfil bioquímico, peso de órgãos (fígado, gordura visceral e retroperitoneal), e a análise quantitativa da microbiota intestinal fecal. Foram utilizados teste “T” de Student’s, o teste ANOVA two-way por medidas repetidas e o teste “T” de Student’s Paread. O nível de significância foi p<0,05. Assim, o FGK quando comparado ao FGC apresentou um maior peso corporal ao 25º dia de vida, enquanto que aos 60º dia apresentou uma menor peso corporal. E em ambas avaliações, o FGK obteve uma maior quantidade de gordura abdominal, bem como maiores concentrações de glicose, colesterol total, triglicerídeos, VLDL-col e LDL-col. Também foram observadas alterações na microbiota fecal do FGK. O consumo de uma dieta cetogênica materna rica em gordura saturada, durante a lactação resultou em disbiose intestinal na prole, estando também associado a hipercolesterolemia e hipergliceridemia, causando um maior depósito de gordura abdominal. Entretanto, não foram observadas alterações no crescimento somático dos animais. Os resultados destacam a importância que a adequação nutricional tem para manter um equilíbrio dos parâmetros corporais e metabólicos, assim como para a saúde da microbiota intestinal.