Qualidade do efluente doméstico tratado para fins de reúso urbano

Abstract

A utilização da água residuária tratada é uma alternativa para minimizar desperdícios, além de representar uma alternativa de atenuação da poluição dos corpos hídricos receptores. O reúso urbano não potável envolve o manejo indireto da água em atividades associadas ao saneamento urbano, como lavagem de ruas, calçadas e irrigação de praças. Neste contexto, o presente estudo objetivou descrição da qualidade da água proveniente de sistemas de tratamento de esgotos domésticos requerida para fins de reúso urbano. Utilizou-se como estudo de caso o esgoto bruto afluente à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Mangueira no Recife-PE para a proposição de níveis de tratamento de esgoto que atendam às exigências de qualidade da água de reúso. Foram compiladas informações e diretrizes técnicas nacionais e internacionais sobre a qualidade da água de reúso para fins de irrigação de áreas verdes urbanas, desobstrução de tubulação de rede de esgoto e recarga artificial de aquíferos. O reaproveitamento de efluentes para irrigação de áreas verdes urbanas demanda uma atenção especial quanto à concentração de DBO, DQO e coliformes fecais na água. A produção de água de reúso para fins de desobstrução de tubulações apresenta menor requisito qualitativo, assim uma ETE composta de unidade de tratamento preliminar, primário e desinfecção poderia satisfazer os requisitos desta demanda. A recarga de aquíferos utilizando água proveniente de estação de tratamento de esgoto demanda o controle de sólidos, nutrientes e organismos patogênicos, isto é, níveis de tratamento preliminar, secundário e terciário em uma ETE. Desta forma, ressalta-se que a reutilização de águas residuais tratadas pode representar uma possibilidade de redução do consumo de água potável proveniente dos mananciais superficiais e subterrâneos, podendo esta ser destinada apenas para usos mais nobres.