Gênero na educação infantil: um olhar para as brincadeiras no espaço escolar.

Abstract

Este trabalho discute acerca de como estão sendo orientadas as questões de gênero nas brincadeiras infantis. Objetivando verificar o direcionamento das brincadeiras para meninos e meninas; conhecer como essas se relacionam na ausência da supervisão de adultos / professor (a) e identificar quais as concepções de gênero que emergem a partir das práticas desenvolvidas pelas docentes. A pesquisa se insere na Educação Infantil em 3 turmas com crianças de 4 a 6 anos e três professoras. Para tanto, embasamo-nos teoricamente em autores/as como Louro (1997), Vygotsky (2007), Wallon (2010) e Kishimoto (2010). No que diz respeito ao percurso metodológico, foram realizadas observações de toda a rotina das crianças e entrevistas semiestruturada com as professoras. Para tratar dos dados da pesquisa utilizamo-nos da análise do conteúdo, na perspectiva de Bardin (2006). Concluímos que embora as brincadeiras e atividades lúdicas marcassem a rotina das crianças, os direcionamentos desses momentos ainda deixam a desejar e o desconhecimento das ideias/discussões e conceitos que envolvem o termo gênero contribui para a omissão/silenciamento de uma prática docente que forme para as interações sociais mais igualitárias entre meninos e meninas. Não pretendemos aqui culpabilizar os/as educadores/as, pois são diversas lacunas que contribuem para que a discussão de gênero seja silenciada, favorecendo a reprodução de padrões normativos, sujeitando crianças a experiências conflituosas e desnecessárias.