Impactos do exercício físico na cognição em idosos: evidências e estratégias para um envelhecimento saudável

Abstract

Introdução: O envelhecimento é um processo natural e irreversível pelo qual todo ser humano passa ao longo da vida. Projeções estatísticas apontam para o crescimento da população idosa já nas próximas décadas e atingindo seu pico a um terço da população até o começo do próximo século. Portanto, buscar uma melhor qualidade de vida durante esta etapa torna-se importante para mitigar os efeitos da senescência e do declínio cognitivo, bem como reduzir os impactos na saúde pública. Objetivo: Investigar evidências recentes sobre os efeitos do exercício físico sobre a cognição de pessoas idosas, quais são os exercícios mais utilizados, frequência, intensidade e principais fatores de adesão e desistência a programas de exercícios físicos. Métodos: Uma Revisão Integrativa foi realizada através dos seguintes bancos de dados: Google Acadêmico, LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences Literature), PubMed (National Library of Medicine – NLM), SciELO (Scientific Electronic Library Online), SPORTDiscus (EBSCO). Após cumprirem os critérios preestabelecidos, 13 artigos foram selecionados para análise. 9 revisões, 4 controles randomizados. Resultados: No geral, os estudos selecionados obtiveram efeitos positivos em relação a diferentes tipos de exercícios, melhorando e atenuando o declínio cognitivo. Os exercícios aeróbios e resistidos foram os mais utilizados, sendo o multicomponente com mais impacto sobre a cognição. Já os fatores limitantes e adesão à prática de exercício pelos idosos mostrou-se um desafio a ser enfrentado por pesquisas futuras. Conclusão: Os estudos sugerem que a prescrição de exercícios físicos para população idosa parece contribuir na mitigação do declínio cognitivo, ajudando na manutenção de funções cognitivas globais, assim como a memória, atenção e funções executivas. De forma mais ampla, os benefícios fisiológicos alcançados pelos exercícios físicos podem ser maiores e trazer melhorias nos aspectos sociais e na regulação das emoções dos idosos. No entanto, a adesão a um estilo de vida mais ativo se depara com limitações típicas da idade que precisam ser melhor investigados. Portanto, são necessários mais estudos longitudinais que investiguem os efeitos a longo prazo do exercício físico sobre a cognição, pois os mecanismos envolvidos ainda não estão totalmente compreendidos e apresentam resultados inconsistentes.