O corante índigo no ensino de química: uma abordagem CTSA no contexto do polo de confecção do Agreste pernambucano.

Abstract

Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, natureza descritiva, caráter exploratório e intervencionista, propõe e avalia uma proposta de uma oficina temática voltada ao ensino de Química, fundamentada na perspectiva CTSA (Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente) para licenciandos do curso de Química da UFPE–CAA. O objetivo geral da pesquisa é analisar o potencial da oficina em promover uma aprendizagem crítica por meio do estudo do corante índigo. Especificamente, busca-se propor uma oficina destaque a relação entre os conceitos químicos e os processos produtivos utilizados no polo de confecção do Agreste Pernambucano, analisar os impactos socioambientais das práticas industriais insustentáveis e verificar como a abordagem CTSA pode integrar o conhecimento químico e tecnológico às questões sociais e ambientais. A oficina, com carga horária de 14 horas, segue os momentos pedagógicos: estudo da realidade, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. Na primeira etapa, os estudantes analisam o contexto histórico, social, econômico e ambiental do polo têxtil, com atenção à poluição do rio Ipojuca. Na segunda, realizam experimentos de tingimento de jeans por diferentes métodos (tradicional, com frutose/glicose ou com eletrólise) e analisam os resíduos utilizando a espectroscopia de absorção no UV-visível, articulando fundamentos físico-químicos à reflexão ética e socioambiental. Na terceira etapa, desenvolvem e apresentam soluções sustentáveis para o beneficiamento de jeans e o tratamento de efluentes. A análise dos dados será conduzida a priori, fundamentada no referencial teórico, assegurando coerência entre objetivos, metodologia e resultados esperados. A oficina sobre o corante índigo e o polo têxtil de Caruaru, fundamentada na abordagem CTSA,possibilitou a articulação entre teoria e prática por meio de problematização, experimentação e intervenção crítica. O processo de validação evidenciou seu potencial formativo, ao despertar consciência socioambiental, promover aprendizagem contextualizada e estimular o protagonismo dos licenciandos.Espera-se que a proposta contribua para a formação crítica e científica dos licenciandos, ampliando a capacidade de articular conceitos químicos a contextos reais e estimulando práticas pedagógicas inovadoras no ensino de Química.