Super-8 e resistência micropolítica no Recife (1973-1983)

Abstract

Transitando entre a História e o Cinema, mais particularmente entre a história da ditadura militar brasileira e o cinema Super-8 em Pernambuco, neste trabalho estudamos como, entre 1973 e 1983, se manifestou a produção superoitista feita em Pernambuco (notadamente no

Recife), considerando-se sobretudo a dimensão micropolítica de sua resistência e considerando- se parte da filmografia do cineasta e jornalista Geneton Moraes Neto. Em geral qualificada

mediante as noções de Ciclo e/ou de Movimento, a aqui entendida Movimentação Super-8 fortaleceu tanto a cinematografia em Pernambuco como a cinematografia superoitista em outros estados brasileiros, que, ao longo dos anos 1970-1980, foi representada por curtas-metragens (maiormente), por cineastas de/em diversas regiões, por eventos os mais variados e por diferentes temas e gêneros fílmicos. Embora configurado enquanto um formato de cinema mais independente, menos dispendioso econômica e tecnicamente e mais distante da repressão e da censura militares, o Super-8 (fosse o realizado em Pernambuco, fosse o realizado em quaisquer outros territórios do Brasil) necessitou de vínculos institucionais, tratou-se dum empreendimento relativamente caro e foi alvo de ações censórias e repressivas. Com efeito (e através de soluções historiográficas), exploramos, complementamos e atualizamos alguns dados referentes à história do superoitismo em Pernambuco.