Licença paternidade na vivência de pais professores universitários

Abstract

O conceito de paternidade perpassa um longo caminho histórico e cultural encontrando-se em período de transformações. Este vem sendo construído desde os primórdios da sociedade, visto que os papéis atribuídos aos pais se modificam a cada dia, a partir das demandas socioculturais existentes. No mundo contemporâneo tem emergido um rascunho de uma nova configuração familiar, na qual acontece a quebra da hierarquia doméstica e reorganização dos papéis em relação às questões de gênero. Sob esta ótica, esta pesquisa tem como objetivo geral compreender a vivência da licença paternidade na perspectiva de pais professores universitários. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, realizado com pais professores universitários da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Instituto Federal de Pernambuco. Antecedeu a coleta de dados, um estudo piloto, testando o instrumento de coleta e habilidades da pesquisadora, com participantes que se aproximavam do perfil exigido para o estudo. A posteriore, os pais foram localizados a partir da amostragem bola de neve, sendo realizadas entrevistas semiestruturadas online, através da plataforma Google Meet. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas à luz da análise de conteúdo na modalidade temática. Os resultados evidenciaram a incipiência da política da licença paternidade, principalmente no fator tempo, como também as dificuldades dos pais na transição para a paternidade, diante das novas responsabilidades no contexto familiar e social. Os discursos dos participantes salientaram limitações nas políticas públicas, para o exercício pleno da paternidade que vai além do tempo permitido para dedicar-se aos cuidados com o filho recém -nascido, envolve também restrições no estabelecimento de interações com a equipe de saúde. A pesquisa aponta também, a necessidade de sensibilização dos profissionais de saúde a estabelecerem estratégias de engajamento da figura paterna, para uma assistência promotora da saúde e do desenvolvimento infantil. Portanto, observa-se que favorecer a ampliação da política da licença paternidade atual é fundamental para garantir direitos básicos às famílias e promover lares potencializadores na participação paterna, através da divisão de tarefas e vinculação entre pais e filhos.