A Grande Muralha Verde Africana : um projeto de combate à desertificação

Abstract

Com a finalidade de restaurar paisagens degradadas, mitigar a desertificação e melhorar as condições ecológicas, sociais e econômicas no Saara e, principalmente, no Sahel, a União Africana idealizou, em 2007, o projeto da Grande Muralha Verde. Esta iniciativa abrange uma faixa de 8.000 km de comprimento e 15 km de largura, atravessando onze países do Sahel — Senegal, Mauritânia, Mali, Burquina Fasso, Níger, Nigéria, Chade, Sudão, Etiópia, Eritreia e Djibuti. Presume-se que artigos científicos sobre o projeto da Grande Muralha Verde Africana (GMVA) sejam uma fonte inestimável de conhecimentos para todos os envolvidos com o tema. A partir da pressuposição, buscou-se sintetizar o conhecimento constante nesses documentos de ciências a respeito do contexto atual da GMVA. Assim, de início, foram identificados os procedimentos metodológicos utilizados à produção dos artigos; depois, a identificação dos achados apresentados neles. Para atingir tais objetivos, utilizou-se o método de revisão integrativa. Constatou-se que técnicas de sensoriamento remoto combinadas com abordagens quantitativas foram os procedimentos metodológicos mais utilizados nas pesquisas que fundamentaram os artigos científicos. Entretanto, recomendou-se que procedimentos metodológicos das ciências humanas e sociais sejam adicionados aos sensoriamentos remotos para enriquecer os conhecimentos produzidos. Constatou-se também que prevalece o entendimento de que a construção do GMVA é uma excelente iniciativa para retardar — e talvez conter — a expansão do Saara sobre o Sahel, a despeito de o projeto precisar de ajustes urgentes quanto ao estabelecimento de equivalência de relevâncias entre ações físicas e socioeconômicas.