Feira de Caruaru: Tradições e Transformações - Uma Viagem Histórica Pela Identidade e o Consumo a Partir dos Trabalhadores Feirantes

Abstract

O objetivo da pesquisa foi analisar como a identidade da Feira de Caruaru, e o consumo contido na mesma, se alteraram a partir da interpretação dos trabalhadores feirantes. Buscando compreender a influência dos significados atribuídos à identidade e o consumo através da construção das narrativas dos trabalhadores feirantes. Limitou-se a Cultura do Consumo, dentro de uma perspectiva do Sistema de Marketing o que nos permitiu compreender como a identidade e o consumo foram sendo modificados com o tempo. Optou-se pelo método da história oral temática, dentro da abordagem qualitativa, com a triangulação de dados, através das entrevistas com os trabalhadores feirantes, a observação participante e o diário de campo. Os resultados apontam que a Feira de Caruaru foi sendo construída no imaginário das pessoas, o que trouxe um caráter dinâmico a ela, estando diretamente ligado à diversidade dos itens comercializados e amplitude das transformações ocorridas nas últimas décadas, refletindo as mudanças nos hábitos de consumo. Inicialmente sustentada por uma economia manufatureira, a Feira de Caruaru acompanha as mudanças do consumo e da economia globalizada, e passa por processo de adaptação. Nesse contexto, a Feira de Caruaru vai modificando sua identidade através do processo de construção social, no qual os significados são compartilhados socialmente, seja de maneira individual ou coletiva, onde esses grupos de indivíduos desempenham um papel específico, ou seja, uma função social que contribui para o desenvolvimento e a manutenção dela. A pesquisa contribui para pelo menos dois debates nos estudos de marketing: primeiro, a análise das transformações em sistemas de marketing, que permite compreender como os processos de globalização e mudanças sociais influenciam as práticas de consumo em espaços de varejo e suas identidades; segundo, a adaptação do varejo tradicional, representado pelas Feiras, às novas dinâmicas de mercado e demandas dos consumidores modernos como estratégia de subsistência.