Cozinha de guerrilha: proposta de cozinha emergencial para as ocupações do MTST

Abstract

Diante da demanda urgente de enfrentamento do crítico déficit habitacional brasileiro, as ocupações de luta por “teto, trabalho e pão” do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) avançam em todo país, pautando a ineficiência do Estado na resolução desses problemas. Nesse processo de disputa pela função social da propriedade urbana, as estruturas coletivas temporárias têm papel fundamental para mobilização popular, permitindo que as pessoas possam ocupar e resistir com dignidade. Para responder à necessidade de melhoria das estruturas físicas desses assentamentos, o Trabalho parte do equipamento que é construído nas primeiras horas de ocupação: A COZINHA. Essa célula inicial cumpre a função básica e cotidiana da alimentação e é responsável, ainda, pela definição dos traçados, arruamentos e lógicas organizacionais do terreno. A cozinha se caracteriza como epicentro da mobilização, por ser um ponto de referência no espaço e sediar atividades de assembleia, conscientização política e decisões coletivas. Diante desse cenário, o trabalho evidencia a importância da cozinha enquanto principal estrutura de suporte à luta popular pelos direitos fundamentais, bem como a atuação do MTST no combate à fome através das cozinhas emergenciais e solidárias. O resultado buscou apresentar uma alternativa que atenda as demandas funcionais, poupando recursos materiais e esforços humanos. Além disso, a natureza modular, adaptável e flexível da proposta busca dar suporte para o planejamento e a definição de soluções sistemáticas que possam ser reproduzidas para abarcar outros usos importantes como creches, banheiros e centros culturais, fortalecendo o processo de luta e garantia dos direitos sociais.