Análise de fissuras em paredes de concreto armado: estudo de caso e comparativo técnico-econômico de diferentes alternativas de intervenção

Abstract

O sistema de paredes de concreto moldadas in loco tem se destacado na construção de edificações em larga escala, buscando atender à crescente demanda habitacional brasileira. A busca por maior produtividade e velocidade na entrega de unidades habitacionais impulsionou a adoção dessa tecnologia, que se apresenta como alternativa viável para o mercado de habitação popular. O Programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009, intensificou a necessidade de sistemas construtivos mais eficientes que os métodos tradicionais de alvenaria e concreto armado. Nesse contexto, o sistema de paredes de concreto moldadas in loco ganhou relevância por sua capacidade de otimizar o processo construtivo e reduzir custos. Este estudo analisou a incidência de fissuras em paredes de concreto armado de um empreendimento habitacional do PMCMV em Recife, identificando suas principais causas e avaliando a efetividade de diferentes métodos de intervenção. A pesquisa se iniciou com uma revisão bibliográfica sobre o sistema de paredes de concreto armado (PCA), abordando suas características e principais patologias inerentes ao sistema. Em seguida, a partir de checklists aplicados em 140 unidades habitacionais, foram coletados dados sobre a frequência e distribuição das fissuras. Os resultados indicaram que as fissuras diagonais inferiores de janelas foram as mais frequentes (54%), especialmente no último pavimento. Com base nesse resultado, quatro métodos de tratamento foram realizados nessas fissuras e comparados, considerando a eficácia na correção das fissuras e o custo-benefício de cada solução. Os métodos envolveram a escarificação, a aplicação de tela de poliéster com bandagem central e o preenchimento com massa acrílica (tapa-trinca) ou argamassa. A análise comparativa dos métodos de tratamento revelou que, apesar da recorrência das fissuras, todos os métodos foram eficazes na mitigação do problema após a finalização do acabamento. O tratamento com argamassa se mostrou a solução mais viável por apresentar o melhor custo-benefício, sem levar em consideração a análise técnica do desempenho dos tratamentos à estanqueidade após o tratamento.