Conhecimento, percepção e atitudes dos estudantes de graduação em Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco em relação à população transgênero

Abstract

Indivíduos transgêneros enfrentam barreiras significativas na sociedade, especialmente no acesso à saúde, onde sofrem com a falta de acolhimento adequado, desrespeito ao nome social e discriminação. Esses fatores geram desconfiança nos serviços de saúde, levando muitos a evitar o atendimento. O despreparo dos profissionais de saúde, incluindo os de Odontologia, agrava essa situação, uma vez que os cursos de graduação não abordam adequadamente as necessidades específicas dessa população. Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento, percepção e atitudes dos estudantes de graduação em Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em relação à população trans. Foi realizado um estudo transversal, por meio de um questionário autoadministrado e anônimo. Os resultados revelaram que, apesar de demonstrarem bom conhecimento teórico sobre identidade transgênero e atitudes positivas, os estudantes ainda possuem lacunas em relação às necessidades específicas de saúde de pessoas trans. A falta de experiência prática com pacientes transgêneros contribui para essa discrepância entre teoria e percepções reais dos alunos. Os estudantes reconheceram a importância de incluir mais conteúdos sobre saúde trans no currículo de Odontologia, acreditando que isso poderia melhorar a qualidade do atendimento prestado a essa população. A reformulação curricular, com a introdução de treinamentos e conteúdos específicos, é vista como essencial para formar profissionais mais capacitados e empáticos. O estudo conclui que há uma necessidade urgente de integrar temas relacionados à saúde transgênero na formação de Cirurgiões Dentistas, o que ajudaria a reduzir desigualdades no acesso à saúde e promover uma prática odontológica mais inclusiva, ética e sensível às demandas sociais contemporâneas.