Práticas Alimentares Parentais : percepção de estudantes de uma escola pública federal

Abstract

Este estudo transversal descritivo que teve como objetivo avaliar o perfil de práticas alimentares parentais, na percepção de adolescentes estudantes de uma escola pública federal. A amostra foi selecionada por conveniência e adesão e foram convidados a participar todos os estudantes com idades entre 12 e 18 anos. As variáveis estudadas foram os dados socioeconômicos, demográficos e as variáveis associadas às práticas parentais, que foram divididas em 10 domínios: Monitoramento, Regulação Emocional, Controle do Adolescente, Envolvimento, Ambiente Saudável, Variedade e Equilíbrio, Restrição para Controle de Peso, Modelagem, Pressão para comer e, por fim, Restrição para Saúde. Participaram do estudo 61 adolescentes que responderam formulários semiestruturados para registro das informações e todas as variáveis foram coletadas através de entrevistas. Os resultados demonstraram que 50% dos alunos auto referiram ter a cor branca e possuíam uma renda familiar mensal igual ou maior a R$ 10.000,00 reais. Além disso, 79,6% desses eram pertencentes às classes socioeconômicas A e B. Em relação às variáveis associadas às práticas parentais, os resultados revelaram que 90% dos adolescentes demonstraram ter um alto controle sobre as suas próprias escolhas alimentares e 70% possuiam um baixo a moderado monitoramento dos pais acerca do consumo de alimentos industrializados, doces e salgados. Ademais, mais da metade dos adolescentes revelaram viver em um ambiente muito saudável, com uma alta variedade e equilíbrio de alimentos, sendo envolvidos nas decisões referentes à alimentação e tendo os pais como modelo de uma alimentação saudável. Apenas 1,7% da amostra referiu sofrer alta restrição alimentar para controle de peso e apenas 20% demonstrou sofrer restrição alimentar para saúde. No que se refere à regulação emocional, apenas 10% dos estudantes relataram que os pais fazem uso dos alimentos para controle das suas emoções. Porém, a alta pressão para comer foi relatada em 46,7% da amostra. Assim, a maioria dos resultados revelaram práticas parentais bem positivas, que podem estar relacionadas aos achados socioeconômicos e demográficos e ao tamanho limitado da amostra, fazendo-se necessário mais pesquisas acerca desse tema tão relevante.