Hábitos Alimentares e Saúde Bucal em crianças e adolescentes com o Transtorno do Espectro Autista

Abstract

O crescente diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em crianças e adolescentes tem levado a um interesse maior sobre os impactos dessa condição na qualidade de vida dos portadores. O TEA representa alterações complexas no neurodesenvolvimento, caracterizadas por deficiências na comunicação social e por comportamentos, interesses e atividades mais restritas e repetitivas, além de transtornos no processamento sensorial, com sensibilidade oral atípica associada a uma hipersensibilidade do olfato e do paladar. Recusa alimentar e um repertório nutricional mais restrito, particularmente mais propenso a carboidratos do que frutas e a legumes são características frequentes no autismo e os impactos no crescimento e no desenvolvimento desses indivíduos, representam um grande desafio à saúde pública mundial. O objetivo deste trabalho foi avaliar se existem evidências científicas que relacionem os hábitos alimentares de crianças e de adolescentes autistas com as condições de saúde bucal. Nesse sentido desenvolveu-se uma revisão integrativa da literatura baseada no método PRISMA ou Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses e suas etapas. Foram considerados os portais virtuais PubMed (United States National Library of Medicine) e a Biblioteca Virtual em Saúde e os descritores em saúde ou termos alternativos: “transtorno do espectro do autismo”, “comportamento alimentar”, “saúde bucal”, “criança” e “adolescente”, nas versões em português, inglês e espanhol. Esses combinados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”, no formulário de busca avançada. A partir de 15 registros levantados e de acordo com os critérios de inclusão e de exclusão definidos foram incluídos três registros. Houve um consenso sobre as alterações relacionadas à questão da ingesta alimentar de crianças e adolescentes com TEA, mas são muitas as lacunas de informação, com poucas evidências científicas sobre o tema.