Cultura de segurança do paciente sob a percepção de enfermeiros intensivistas

Abstract

A temática de segurança do paciente vem ganhando destaque a nível global, o que evidencia a importância de as instituições de saúde avaliarem os seus processos institucionais e a partir dos resultados, implementarem ações voltadas para um cuidado de saúde mais seguro. O objetivo deste estudo é comparar a cultura de segurança do paciente a partir da percepção de enfermeiros intensivistas em dois hospitais sob gestão pública e privada. Trata-se de um estudo transversal, do tipo survey, de abordagem descritiva e quantitativa. Foi utilizado o questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture, da Agency for Health Research and Quality (Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde – AHRQ). Os dados foram coletados com 6 enfermeiros de cada hospital, totalizando 12 participantes. Os resultados evidenciaram fragilidades em comum aos dois hospitais nas dimensões “Profissionais” e “Passagem de plantão/turno e transferências internas” e como áreas fortalecidas “Expectativas e ações de promoção de segurança do paciente” e “Aprendizado organizacional”. Estatisticamente, ao se comparar os dados dos dois hospitais, houve diferenças significativas em quatro dimensões: “Retorno da informação e comunicação sobre erro”, “Abertura da comunicação”, “Resposta não punitiva ao erro” e “Apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente”, com melhores resultados para o hospital sob gestão pública. A nota atribuída à segurança do paciente foi semelhante nos dois hospitais, porém, o hospital sob gestão privada realizou um número maior de notificações de eventos adversos nos últimos 12 meses. As oportunidades de melhorias mais urgentes são o “Trabalho em equipe entre unidades” (24,9%) no hospital público e “Resposta não punitiva ao erro” (5,5%) no hospital privado. Diante de tais resultados, conclui-se que é imprescindível que ocorra a priorização da cultura de segurança do paciente nas instituições de saúde, com a implementação de estratégias voltadas para o aumento da qualidade e da segurança do cuidado prestado, tais como: adoção de respostas não punitivas ao erro, dimensionamento de pessoal adequado e participação ativa dos gestores.