Educação financeira: concepções de professores dos anos finais do ensino fundamental.

Abstract

A educação financeira (EF) não é um tema novo, apesar de sua inserção nos currículos nacionais ter acontecido em 2017, desde 2010, a Estratégia Nacional de Educação Financeira foi elaborada para fornecer e apoiar ações que ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes. No entanto, como informa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, em 2018, o desempenho dos jovens alunos brasileiros, na prova do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que testa o letramento financeiro, foi o 4º pior entre 77 países. Dessa maneira, disseminar a EF no país passou a ser algo essencial e inadiável. E para tanto, emerge a figura do professor, como o principal sujeito para mediar o conhecimento sobre a educação financeira escolar (EFE). Por isso, este estudo tem como problemática: quais são as concepções sobre educação financeira de um grupo de professores dos anos finais do Ensino Fundamental? Para tanto, busca investigar as concepções sobre EF desse grupo de professores sob o viés da Educação Matemática Crítica (EMC) tratada por Skovsmose. Assim, busca conhecer seus aspectos sociais de formação e experiência profissionais, identificar seus tipos de conhecimentos e, simultaneamente, à luz da EMC, caracterizar, os possíveis ambientes de aprendizagem que seriam desenvolvidos por esses professores, a partir dos seus relatos. A presente pesquisa foi realizada com um grupo de professores de Matemática da rede municipal da cidade de Caruaru, estado de Pernambuco. Metodologicamente, foi aplicado um questionário ao grupo de professores com dois eixos, voltados para o perfil formativo e a proximidade com a temática da educação financeira. Apesar das dificuldades com as formações e concepções dos participantes quanto à abordagem da EFE, considerando a teoria da EMC de Skovsmose, a maioria dos professores indicou desenvolver discussões sociais, em seus ambientes de aprendizagem, dotadas de reflexão e criticidade.