Percepção do cuidador sobre o comportamento de crianças com transtorno do espectro autista no desempenho do brincar no período do isolamento social da pandemia do COVID-19

Abstract

Introdução: A pandemia do COVID-19 gerou uma série de mudanças na vida das famílias e da sociedade de forma geral, trazendo a necessidade de remodelar as ocupações. A pandemia também foi cenário de instabilidade econômica, em que o percentual de desemprego aumentou no Brasil e no mundo. Nesse contexto de instabilidade econômica e de grandes mudanças na rotina, um dos grupos mais afetados foi o das crianças, principalmente o grupo que possui algum Transtorno do neurodesenvolvimento, pois precisaram limitar a brincadeira, que é uma atividade muito importante para o desenvolvimento. Objetivo: Conhecer a percepção da família sobre o comportamento de crianças atípicas durante o brincar no período do isolamento social da pandemia do COVID-19. Método: A coleta dos dados aconteceu durante o mês de agosto de 2022 com os cuidadores das crianças atendidas pelo serviço de Terapia Ocupacional de uma clínica da rede particular de saúde da Região Metropolitana do Recife. Os questionários foram respondidos por 10 cuidadores. Resultados e Discussão: Foi identificado o perfil socioeconômico elevado em 60% dos participantes deste estudo; essa característica diminui os riscos de desemprego, vulnerabilidade econômica e emocional. Também foi percebido que esse grupo foi mais vulnerável aos impactos emocionais, tendo 70% das crianças demonstrado mais agitação. O comportamento durante o brincar também foi impactado pela pandemia, pois, os dados mostram uma busca maior por isolamento no brincar e uso excessivo de telas em detrimento de outros recursos lúdicos. Conclusão: Os impactos causados pelo isolamento social proporcionaram, principalmente, o aumento de sintomas pré-existentes. A favorável condição socioeconômica também contribuiu para o melhor enfrentamento da pandemia, assim como proporcionou mais subsídios às mães que não trabalham e que exercem a função de cuidadora principal, de permanecer sem atividade laboral formal.