O Ensino de Filosofia a partir de Wittgenstein e os céticos

Abstract

Ensinar filosofia envolve riscos. Realizar uma experiência filosófica com estudantes do Ensino Médio significa ter um momento singular de contato entre jovens e a filosofia. Formalmente, tal atividade precisa fornecer habilidades e capacidades, mas evitando posturas conteudistas ou centrada somente nas habilidades e competências. A proposta do presente trabalho envolve inserir Wittgenstein e os céticos pirrônicos e neopirrônicos para efetivar uma experiência de sucesso com a filosofia no Ensino Médio. O texto se debruça sobre as aproximações e distanciamentos entre Wittgenstein e os céticos, passando por obras e debates bem estabelecidos para defender uma aliança. Tal aliança é possível a partir de conceitos centrais. A saber, as certezas fulcrais, de Wittgenstein e o phainómenon, dos céticos. Com a devida caracterização dos conceitos e os aproximando, são tiradas as consequências de ambos para o ensino de filosofia. Defende-se aqui que com Wittgenstein e os céticos é possível uma experiência filosófica que impõe limites, mas que não deixa de fazê-la. Tal ensino, necessariamente, envolve o cotidiano, integra a vida comum e parte do senso comum.