Uso de suplementos probióticos e simbióticos como estratégia terapêutica no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) : uma revisão integrativa

Abstract

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), é definido pela DSM-V e CID 10-11 como transtorno do neurodesenvolvimento de origem multifatorial, incluindo fatores genéticos e ambientais, e recentemente seu desenvolvimento vem sendo relacionado a composição do microbioma intestinal. Alterações da microbiota intestinal em pacientes com TDAH têm sido relacionadas com repercussões sobre a sintomatologia apresentada. Estudos recentes sugerem a possibilidade de modulação dessa microbiota como uma forma terapêutica a ser explorada através do uso de suplementação com cepas probióticas, que podem favorecer melhoria na qualidade de vida desses pacientes. O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico para analisar a possibilidade de uso de probióticos e simbióticos como estratégia terapêutica no TDAH. Para isso foi utilizada metodologia para revisão integrativa, com aplicação de fluxograma PRISMA para seleção de artigos de pesquisa disponíveis gratuitamente nos últimos 10 anos. A busca eletrônica foi realizada nas bases de dados: PubMed, SpringerLink, Scientific Electronic Library Online (SciELO), ScienceDirect e Cochrane Library usando os descritores “Attention Deficit Disorder with Hyperactivity”,“Probiotics”, “Symbiotic”, “Gastrointestinal Microbiome”, “Microbiota”. A partir busca, baseada em critérios de inclusão, foram selecionados 6 estudos experimentais relacionados a intervenção com uso de suplementação probiótica e simbiótica, concentrados entre os anos de 2020 a 2023. Em sua maioria utilizaram formulações com cepas probióticas (n=4) e com simbióticos, analisaram tanto variáveis comportamentais, quanto efeitos sobre a composição da microbiota (n=2) e repercussões sobre citocinas pro-inflamatórias (n=3). A intervenção média foi de 9 semanas, tanto em crianças quanto em adultos, e um estudo foi realizado em final de período gestacional e primeiro semestre de vida em crianças. O número reduzido de estudos apresentados não permitiu chegar a uma conclusão sobre o benefício do uso de probióticos no TDAH mas há indicação de que cepas probióticas de B. bifidum e L. rhamnosus apresentaram resultados positivos tanto para o comportamento quanto para padrão inflamatório.