As práticas de alfabetização desenvolvidas por professoras de 5º ano do ensino fundamental no período pós-pandemia.

Abstract

Com o surgimento do COVI-19, durante o ano de 2020, as aulas foram suspensas. Buscando a continuidade dos processos de ensino e aprendizagem, iniciou-se a implementação do ensino remoto, com aulas e atividades por meio de plataformas digitais (Google Meet, WhatsApp) ou de atividades impressas que poderiam ser retiradas na escola. No período pós-pandemia, foi possível perceber os impactos deixados pelo ensino remoto, com alunos em turmas de 4º e 5º ano que ainda não tinham sido alfabetizados. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo investigar como professores de uma escola de tempo integral desenvolvem práticas alfabetizadoras para garantir a alfabetização “tardia” de crianças no período pós-pandemia. Com auxílio de autores como Rojo (2002), Leal e Fonseca (2015), Silva (2018) e Morais (2012), foi possível discutir sobre as práticas alfabetizadoras no contexto escolar e sobre a necessidade de ajuste do ensino aos diferentes níveis de conhecimento dos aprendizes. Do ponto de vista metodológico, adotamos uma abordagem qualitativa e, para a geração de dados, utilizamos a observação de campo e a entrevista semiestruturada, a partir do que propõe Minayo (2007). Para a análise e o tratamento dos dados, utilizamos a análise de conteúdo, de acordo com Gomes (2007). Participaram da pesquisa 5 professoras de uma escola municipal em tempo integral, localizada na zona urbana no município de Caruaru - PE. Os resultados apontaram a utilização dos agrupamentos por níveis de conhecimento, da leitura compartilhada e da organização de duplas de níveis diferentes como principais práticas alfabetizadoras utilizadas por essas professoras. Aliados às práticas alfabetizadoras, foi possível encontrar a utilização de recursos didático-pedagógicos, como jogos, apostilas, livros paradidáticos e internet/notebook. Concluímos que o processo de alfabetização constitui um desafio presente nas turmas de 5º ano investigadas, mas as práticas alfabetizadoras desenvolvidas, assim como os recursos didático-pedagógicos, têm, apesar dos limites, investido na tentativa de garantir o direito que todas as crianças têm de aprender a ler e a escrever com autonomia.