Análise dos efeitos da dança na afetividade de escolares com Transtorno do Espectro Autista

Abstract

Com o aumento de escolares com algum tipo de deficiência se faz necessário pesquisar sobre como se deve proceder nas aulas de Educação Física em turmas inclusivas. A dança criativa pode ser uma atividade benéfica para pessoas com autismo, pois oferece uma maneira de expressão não-verbal, permitindo que os indivíduos se comuniquem e se conectem uns com os outros de uma forma única. A dança, juntamente com a expressão criativa, melhora as habilidades sociais, comunicação, coordenação motora e interação social em indivíduos. A metodologia do Sistema Laban, quando usada para atender às necessidades individuais desse público, tem demonstrado uma melhora na comunicação, na auto expressão e na consciência corporal, proporcionando aos mesmos, uma maneira única de se conectar com o mundo que os rodeia. O Transtorno do Espectro Autista é um Transtorno do Neurodesenvolvimento, que são distúrbios cognitivos e comportamentais, que surgem durante o período de desenvolvimento da criança e que abrangem dificuldades significativas na aquisição e execução de funções específicas motoras, intelectuais, de linguagem ou sociais. A pesquisa teve como objetivo verificar o efeito das vivências de dança enquanto conteúdo da educação física em escolares com Transtorno do Espectro Autista. Trata-se de uma pesquisa-ação, e foi desenvolvido em uma escola do município de Vitória de Santo Antão, com alunos do ensino infantil e fundamental I. Foram realizadas quatro intervenções de dança, baseadas na dança criativa proposta por Rudolf Laban. A coleta de dados se deu através da aplicação de questionários sociodemográficos e da Escala PANAS, sendo respondida por professores e cuidadores dos alunos com TEA. Os resultados demonstraram um aumento dos afetos positivos e redução de afetos negativos, e sugerem que a dança pode ter efeitos positivos na afetividade e interação social de crianças com TEA. Este estudo contribui para ampliar o entendimento sobre a importância da dança como conteúdo da educação física para crianças com autismo, ressaltando o seu efeito positivo na promoção da afetividade e desenvolvimento desses alunos.