Material didático lúdico sobre helmintoses intestinais: uma revisão integrativa

Abstract

As geohelmintíases geralmente ocorrem em comunidades com níveis socioeconômicos críticos que favorecem a transmissão oro-fecal ou transcutânea. Além dos sinais e sintomas clássicos em crianças, como abdômen volumoso, geofagia, diarreia e vômitos, também podem ocorrer agravos como convulsões e obstrução intestinal por Ascaris. Constatada uma prevalência de 20%, a Organização Mundial de Saúde preconiza a vermifugação em massa das crianças nas escolas, após intervenções educativas. No Brasil, os inquéritos epidemiológicos que envolvem as crianças matriculadas nas escolas públicas, são raros ou inexistentes, e a sensibilização dos estudantes, quando é realizada, envolve apenas o livro didático. Por meio de uma revisão integrativa, nas bases de dados disponibilizadas no portal de periódicos CAPES/MEC, foi possível apreciar outros tipos de materiais didáticos sobre geohelmintíases. De um total de 114 artigos localizados, foram selecionados apenas três, e todos priorizaram conteúdos sobre as medidas profiláticas. Dois relataram o desenvolvimento de jogos educativos, sendo um artigo nacional e o outro com crianças nigerianas, e o último elaborou, com o auxílio de vários especialistas, em desenho animado para crianças chinesas. De um modo geral, a comparação dos pré e pós-questionários avaliativos atestaram uma sensibilização positiva (≈ 80%) entre as crianças brasileiras e chinesas. Na pesquisa com as crianças nigerianas, o efeito residual da intervenção foi averiguado após três e seis meses da aplicação do jogo e os pesquisadores registraram percentuais surpreendentes de 98,4% e 97,9%, respectivamente. Outro diferencial desse artigo foi o cálculo do custo de produção de cada unidade do jogo didático (1,5 Dólares). Estudos complementares poderão compilar e agregar as impressões das crianças para reformular ou construir um novo material e/ou instrumento avaliativo e, no caso específico do Brasil, o desenvolvimento de materiais didáticos físicos de baixo custo pode ser a opção mais viável para parte das escolas públicas.