Análise de videoaulas sobre síntese proteica através da Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia (TCAM)

Abstract

Apesar de a síntese proteica ser um conteúdo essencial para o entendimento de outros temas da Biologia, alguns professores ainda encontram dificuldades ao trabalhar esse conteúdo em sala de aula, uma vez que envolve conceitos e processos microscópicos, submicroscópicos e moleculares, e muitas vezes as escolas não dispõe de recursos didáticos que possam atenuar essa situação. Por isso é importante que o professor busque recursos de apoio didático de baixo custo e acessíveis para abordar esse conteúdo em sala de aula, tais como: modelos didáticos, jogos, vídeos e/ou videoaulas. Atualmente, devido ao desenvolvimento tecnológico e ao fácil acesso à internet, as multimídias se apresentam como recursos relevantes, podendo ser utilizadas em sala de aula para diminuir a abstração de determinados conteúdos, tornando assim, a aprendizagem mais significativa. Vale ressaltar que é importante que o docente analise previamente esses recursos com fins didáticos a fim de observar suas potencialidades no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar videoaulas sobre síntese de proteínas, disponíveis no YouTube, a partir das perspectivas da Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia (TCAM). A TCAM propõe princípios que podem ser utilizados para construir e analisar materiais instrucionais multimídias visando minimizar a presença de objetos estranhos e equívocos conceituais no conteúdo, levando em consideração o cognitivo do aluno. Nessa perspectiva, a pesquisa analisou de forma qualitativa as nove videoaulas mais visualizadas sobre síntese de proteínas disponíveis no YouTube de acordo com os princípios da TCAM, as mesmas estavam em língua portuguesa e possuíam no máximo dez minutos. Após a análise, observou-se que desvios nos princípios da coerência, do pré-treinamento e da imagem foram os mais recorrentes nas videoaulas, presentes em sete das nove analisadas. Além disso, também houve desvios quanto aos princípios de sinalização, segmentação e redundância. Por fim, nenhuma videoaula se mostrou satisfatória em relação a todos os princípios da TCAM levados em consideração durante a análise. Dessa forma, fica claro a importância de planejar bem a construção desses recursos didáticos e de avaliá-los antes de usá-los em sala de aula ou de indicá-los para os estudantes, evitando assim a presença de obstáculos no processo de ensino-aprendizagem.