Depressão e ansiedade na equipe de enfermagem durante a pandemia da Covid-19 : revisão sistemática

Abstract

A COVID-19 é uma síndrome aguda de origem respiratória provocada pelo SARS-CoV-2, denominado novo coronavírus, de elevado grau de disseminação e mortalidade. A exposição da equipe de enfermagem, vinculada à carga de trabalho exaustiva, pode afetar negativamente a saúde mental desse grupo, favorecendo a prevalência de sintomas psiquiátricos como ansiedade e depressão. A saúde mental tem sua importância reconhecida dentro dos programas de saúde pública há muitas décadas e diversos estudos apontam o adoecimento psíquico iminente na vida dos profissionais de enfermagem. Analisar a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em profissionais de enfermagem durante o atendimento a pacientes com COVID-19. Trata-se de uma revisão sistemática, elaborada mediante as recomendações do PRISMA, com delimitação do escopo de pesquisa baseado na estratificação de componentes PICOT. A busca foi realizada nas bases de dados da Pubmed, LILACS, Scielo e BVS e WHO-COVID-19, com estudos originais de delineamento metodológico transversal, durante o período de janeiro de 2020 a janeiro de 2022. Os estudos selecionados tiveram sua qualidade metodológica avaliada por meio do Joanna Briggs Institute Checklist for Analytical Cross Sectional Studies. Os achados correspondentes aos questionamentos da pesquisa foram verificados por meio de distribuições de frequências simples das variáveis analisadas e a discussão dos artigos foi realizada através de uma análise temática. A presente revisão foi registrada na base de dados internacional PROSPERO, sob o no de registro CRD42022337695. Foram identificados 1.500 estudos através das estratégias de busca, destes 22 foram incluídos por meio dos critérios de elegibilidade. A pandemia de COVID-19 foi responsável por desencadear um enorme impacto na saúde mental dos profissionais de enfermagem, evidenciando sintomas de ansiedade e/ou depressão durante o período delimitado. Os profissionais mais acometidos foram as mulheres, com idade igual ou superior a 30 anos, casadas, enfermeiras, com nível superior de escolaridade, jornada laboral maior que 30 horas semanais, com menos de 10 anos de efetiva atuação profissional e com vínculo empregatício público. A saúde mental dos profissionais de enfermagem precisa ser monitorada, bem como criadas estratégias de enfrentamento voltadas a este grupo, no intuito de buscar melhorias de suas condições psicológicas e de trabalho. Além disso, deve-se elaborar políticas públicas de promoção da saúde mental dessa equipe, a fim de antecipar e buscar soluções aos danos vivenciados durante a pandemia de COVID-19.