Proposição de um método para estudo da degradação de azulejos portugueses em monumentos históricos

Abstract

A preservação de azulejaria portuguesa remete a conservação do patrimônio histórico brasileiro e português. Neste sentido, estudos que desenvolvam estratégias de manutenção ou caracterização destes elementos com características singulares devem ser incentivados. A pesquisa propõe um método de estudo para investigação das tendências de azulejos portugueses desenvolverem problemas patológicos. Para isto, se reproduz chacotas com composições química e mineralógica semelhantes a fragmentos azulejares dos séculos XVII e XVIII, obtidos de igrejas pernambucanas. Na avaliação das tendências de se desenvolverem manifestações patológicas, as chacotas reproduzidas foram analisadas utilizando técnicas de FRX, DRX e ensaios de caráter destrutivo (ruptura a flexão, ataques químicos e teor de absorção), nos quais as compilações dos dados obtidos trazem informações sobre o comportamento das diferentes misturas estudadas. Os dados encontrados na metodologia de reprodução das peças foram coerentes com as composições químicas e mineralógicas estimadas, indicando a possibilidade de se desenvolver estudos de azulejos a partir de reproduções técnicas. As análises mostraram que as composições das misturas reproduzidas interferem nas propriedades de resistência mecânica e química dos materiais e que diferentes percentuais de absorção podem contribuir para uma peça com maior ou menor tendência de desenvolver anomalias ao longo dos anos. Quando se compara os resultados de resistência à flexão com os ensaios de absorção percebe-se uma relação inversa, na qual quanto mais resistente for a chacota, menor será sua porosidade aparente e seu percentual de absorção enquanto a relação entre os teores de absorção e ataques químicos é direta, onde quanto maior a porosidade e absorção do material, maior será a degradação por ataques químicos. Por fim, o estudo identificou que as misturas com maiores composições de sílica e ferro associados a menores quantitativos de cálcio produzem peças mais íntegras, resistentes e com menor tendência ao desenvolvimento de problemas patológicos.