Nível de atividade física de estudantes do ensino médio de uma escola pública em tempo integral no município do Recife

Abstract

Efeitos positivos da atividade física para saúde física e mental dos adolescentes já foram confirmados pela literatura. Contudo, a prevalência de inatividade entre os jovens brasileiros é crescente nas últimas décadas. Fatores como nível socioeconômico podem favorecer o sedentarismo entre os adolescentes. Nesse viés, a Educação Física escolar é um essencial recurso para estimular a adoção hábitos saudáveis entre os escolares, além de ser um meio de acesso para prática de atividade esportiva. O tempo destinado para essa disciplina na escola de tempo integral representa menos de 3% da carga horária semanal e com diminuição do tempo de aula no novo ensino médio, a saúde dos jovens brasileiros pode ficar ainda mais comprometida. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo investigar o nível de atividade física em adolescentes do ensino médio de uma escola em tempo integral no município do Recife/PE. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal. Participaram da pesquisa 322 adolescentes de ambos os sexos com idade entre 14 a 18 anos. Foram utilizados questionários devidamente validados para avaliar o nível de atividade física e o nível socioeconômico. Além disso, houve a avaliação de algumas medidas antropométricas (peso, altura e circunferência da cintura). A análise de dados foi realizada com auxílio da estatística descritiva. Assim, para comparar dados de natureza quantitativa foi utilizado o teste U Mann Whitney e para as relações entre as variáveis a correlação de Sperman. Para todas as análises foi assumido o nível de significância (α) de 0,05. A prevalência de inatividade física foi de 73% entre os estudantes. Também foi observada uma relação estatisticamente significativa entre os níveis de atividade física e o socioeconômico (p<0,01). Esses resultados sugerem que a diminuição na carga horaria da Educação Física escolar pode representar riscos à saúde dos estudantes do ensino médio. Além disso, desvantagem no acesso à prática esportiva.