Avaliação da insatisfação com a imagem corporal, níveis de estresse e hábitos alimentares em universitários durante a pandemia de Covid-19

Abstract

A pandemia do Covid-19 trouxe diversas alterações na dinâmica social para toda a população. Os universitários foram impactados com modificações no estilo de vida e ensino. Esse estudo buscou investigar a insatisfação corporal, estresse e os hábitos alimentares em universitários durante a pandemia do Covid-19. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional analítico transversal realizado durante a pandemia, com 266 universitários matriculados na UFPE/CAV na cidade de Vitória de Santo Antão/PE.O recrutamento ocorreu por meio das redes sociais através do compartilhamento do formulário da pesquisa online na plataforma virtual Google Forms. Os instrumentos utilizados foram: Escala Body Shape Questionnaire, escala de Estresse Percebido, questionário de Hábitos Alimentares adaptado e questionário dos aspectos sociodemográficos. Na amostra, 72,9% do sexo feminino, com idade de 19 a 39 anos, com uma média de 20,82 anos (±3,03). Identificou-se percentuais elevados de insatisfação corporal, estresse e alterações nos hábitos alimentares da população. A classificação socioeconômica, nível C esteve com 48,2% da amostra. Indivíduos com estresse moderado e severo apresentaram maior nível de insatisfação corporal, quando comparados com estresse leve (p<0,005). Quanto aos hábitos alimentares, 61.3% aumentaram o consumo alimentar habitual durante a pandemia, como também 41,4% relataram compensar frequentemente suas emoções na ingestão de alimentos e 59% tiveram aumento do peso corporal. Foi observado um baixo consumo de frutas, legumes/ verduras e consumo frequente de massas semanalmente. Houve prevalência de insatisfação corporal no sexo feminino (p<0,005) e associação entre a insatisfação corporal e os cursos (p<0,05). Além disso, associação entre insatisfação corporal e ganho de peso corporal e compensação das emoções na alimentação relatadas pelos indivíduos (p<0,005). O estresse esteve em altos níveis entre os sexos (p<0,005). O estresse severo foi elevado entre estudantes (p<0,005), no curso Licenciatura em Ciências Biológicas e Enfermagem. Houve associação entre estresse e compensar as emoções nos alimentos (p<0,005). Os aspectos socioeconômicos não apresentaram associação significativa com nenhuma variável. Dessa forma, é possível verificar que a pandemia contribuiu para o aumento da prevalência das variáveis investigadas, contribuindo nos agravos para a saúde e bem estar dos universitários.