Demanda do Aeroporto do Recife pós Covid-19: previsão utilizando econometria

Abstract

O crescimento desenfreado da demanda do transporte aéreo traz a tona cada vez mais a realidade de investimentos contínuos em infraestrutura aeroportuária. Assim sendo, em 2011 o governo iniciou o processo de concessão de aeroportos à iniciativa privada, visto os gargalos que estavam acontecendo nos aeroportos que apresentavam grande crescimento de demanda quando administrados pela iniciativa pública. Essas concessões têm como receita principal, as demandas de passageiros, carga e aeronaves, por isso a importância de entender bem o seu comportamento. Dessa forma, o Aeroporto do Recife, juntamente com outros 5 aeroportos do Nordeste (Aeroporto de João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Aracajú (SE), Maceió (AL) e Juazeiro do Norte (CE)) foram concedidos na quinta rodada de concessão, à empresa espanhola Aena Desarrollo Internacional. O leilão, correspondente à 5o rodada já efetuada, foi o primeiro em forma de bloco, para assegurar que os aeroportos de maior demanda pudessem também subsidiar os de menores demanda. Como contrapartida ao aumento acelerado da demanda de passageiros, no final do ano de 2019, na China, surgiu uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), intitulada COVID-19, que logo tomou proporção mundial, causando assim uma pandemia global e trazendo consequências na movimentação aeroportuária. Por essa razão, o então estudo tem como objetivo prever a demanda nacional e internacional, utilizando o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), para o Aeroporto Internacional do Recife, levando em consideração a crise do setor aéreo provocada pelo novo coronavírus, bem como comparar os valores obtidos na projeção com os valores projetados no Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) efetuado antes do período pandêmico para o aeroporto em estudo. Dessa forma, os resultados indicaram que a queda na demanda causada pela pandemia do COVID-19, acarretará uma redução de 53,51% dos passageiros domésticos e 70,54% dos passageiros internacionais em 2020 quando comparado com 2019. Entretanto, no que diz respeito à comparação com o EVTEA, espera-se que os valores projetados para o aeroporto só apresentem uma recessão de um ano quando levado em consideração a crise do setor aéreo.