Caracterização reológica e térmica do poli(ácido lático) em compósitos com casca de ovo de galinha e óleo de copaíba

Abstract

Neste trabalho, foi utilizada a casca do ovo de galinha in natura (COI) e termicamente tratada (COTT) como fonte de carbonato de cálcio (CaCO3), cuja composição foi confirmada por difração de raios X (DRX), e efeito do tratamento térmico avaliado por análise termogravimétrica (TGA). O pó da casca do ovo de galinha foi misturado ao poli(ácido lático) (PLA) em diversos teores, sendo aos compósitos com 5% de COTT adicionados óleo essencial (OE) ou óleo vegetal (OV) de copaíba. Os compósitos foram processados em misturador interno sob diferentes temperaturas e velocidades de rotação e posteriormente caracterizados por reometria de torque para obtenção dos parâmetros reológicos. Foram determinados o índice de dependência da temperatura com a viscosidade para o PLA e o índice de pseudoplasticidade verificado para todos os sistemas estudados. A caracterização reológica também permitiu observar a influência da velocidade dos rotores na degradação dos compósitos. Foram verificadas as propriedades térmicas do polímero puro e compósitos, processados a 180°C e 60 rpm, por termogravimetria e calorimetria exploratória diferencial (DSC). Por DSC, foram analisadas a cinética de fusão, a uma única taxa de aquecimento, e a cinética de cristalização a frio, sob quatro taxas de aquecimento, além do efeito do OV e OE na temperatura de transição vítrea. Os resultados indicaram que o tratamento térmico do pó da casca do ovo de galinha retirou materiais orgânicos sem que houvesse modificação da estrutura cristalina que é composta exclusivamente por calcita, um polimorfo do CaCO3. O PLA puro apresentou índice de pseudoplasticidade menor do que as outras composições. Foi observado que quanto maior a velocidade dos rotores, maior é a temperatura final de processamento. O PLA/COTT7 apresentou menor variação da massa molar média ponderal com o aumento da velocidade dos rotores. O OE reduziu a temperatura de transição vítrea (Tg) em até 5°C. As taxas de cristalização observadas para os compósitos contendo OE são maiores do que as encontradas nos outros sistemas. Os sistemas estudados apresentaram picos duplos de fusão.