Variáveis afetivas nas aulas de matemática: encurtando a distância entre o sentir e o pensar.

Abstract

As necessidades de ordem afetiva que circundam os estudantes durante as aulas de matemática estão se tornando cada vez mais profundas, diversificadas e relevantes no seu processo de aprendizagem, como predizem Chacón (2003), D’Ambrósio (1996), Freire (1996), Wallon (2007), entre outros pesquisadores da educação e da psicologia. O presente trabalho propõe-se a analisar como as variáveis afetivas presentes nas aulas de matemática marcam a relação do estudante com esta disciplina. Durante a pesquisa, foram construídos dois mapas de memórias afetivas, inspirados em Chacón (2003), com 75 estudantes do 1° ano do ensino médio de uma escola pública do agreste pernambucano, nos quais foram traçadas a evolução dos sentimentos dos estudantes pela matemática do 1° ao 9° ano do ensino fundamental, ano a ano, e suas principais reações emocionais a situações típicas presentes nas aulas de matemática. A partir destes mapas de memórias afetivas, verificou-se que do 1° ao 9° ano do ensino fundamental, a frequência com que surgem, ano a ano, sentimentos positivos, apresentou um comportamento decrescente, enquanto que a frequência com que surgem sentimentos negativos, ano a ano, apresentou um comportamento oposto, crescente. A partir destes e de outros resultados, pudemos concluir que, em geral, os estudantes desenvolvem e solidificam muito mais os sentimentos negativos do que os sentimentos positivos em relação a matemática durante a sua trajetória escolar no ensino fundamental.