A contribuição de uma abordagem humanizada no espaço acadêmico para o enfrentamento e superação das crises socioafetivas vivenciadas pelos discentes.

Abstract

Ensinar alguém deve ser visto como um belo ato de amor e cuidado para com o outro. Porém, isto não significa que se trata de uma tarefa fácil, exigindo do educador um significativo esforço para atingir os objetivos almejados. Não significando, porém, que uma não aprovação é sinal de falha total de ambas as partes (aluno e professor). O que realmente importa são as tentativas e a vontade de sempre aprimorar o conhecimento, adequando-o a realidade da turma. Por este motivo, a presente pesquisa foi realizada com o intuito de mostrar a necessidade de um olhar humanizado do professor para com o aluno, isto porque durante a graduação os mesmos podem passar por situações de crise que os impeçam de seguir da forma esperada. Crise esta, que é a peça chave de todo o trabalho e que será abordada por autores, como Bollnow e Rohr. Neste sentido, nosso objetivo geral foi “conhecer como os alunos avaliam os professores de sua graduação, em relação aos auxílios oferecidos a eles diante de possíveis crises”. Para esta investigação, em nossa metodologia, utilizamos um questionário semiaberto, aplicado em três turmas do Curso de Química, licenciatura da UFPE/CAA, contando com a participação de 59 alunos. Como resultados, os alunos consideraram a necessidade da existência de um tipo de educador dotado não apenas de uma boa formação técnica, mas também humana, além de apontarem: Falta de uma formação específica que propiciasse aos educadores a oportunidade de aprender a lidar com situações do âmbito pessoal que possam interferir na aprendizagem do aluno; A possibilidade dos professores, quando alunos, terem recebido um tipo de tratamento que, infelizmente, reproduzem no presente; A falta de diálogo, que contribui para a dificuldade de uma abordagem humanizada e; Egocentrismo e má vontade. É válido ressaltar, que não há nenhum julgamento, a priori, quanto à postura assumida por alguns docentes, mas ressaltamos as consequências dramáticas que, uma vez sendo equivocada, pode trazer à saúde mental dos alunos, que necessitam serem acolhidos em sua inteireza e amparados diante das crises porventura surgidas. Como conclusão, consideramos essencial buscar formas de desenvolver um trato humanizado que contemple os pares. Disciplinas obrigatórias que considerem a formação humana, além de capacitações sistemáticas que visem uma educação de qualidade, voltada não apenas à transmissão dos conteúdos acadêmicos, mas também para o cuidado com o próximo são imprescindíveis e podem ser exemplos de encaminhamentos que contribuirão, sem dúvida, para a melhoria da qualidade de vida, como um todo.