Recalque em fundações profundas : análise da interação entre estacas de um edifício instrumentado do Recife

Abstract

Provas de carga estática são uma das melhores formas de se conhecer o comportamento real do sistema estaca-solo. Frequentemente elas são tomadas como o comportamento real do desempenho final da edificação. No entanto, esse ensaio não contempla uma parcela importante do recalque da estrutura: a interação entre estacas pertencentes a um grupo. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é estudar o comportamento das fundações de um edifício construído no bairro da Torre, Recife, para entender e buscar quantificar o fenômeno da interação entre estacas. A interação entre estacas foi calculada a partir da medição dos recalques aliada à quantificação do carregamento proveniente da superestrutura a cada uma de suas etapas. Para sua previsão foram utilizados métodos de retroanálise da prova de carga estáticas para mensurar o módulo de deformabilidade do solo com os métodos de Aoki e Lopes (1975), através de rotina elabora pelo autor, e Randolph e Wroth (1978) através da rotina PIGLET. O recalque do grupo foi ainda calculado pelo método do radier equivalente, sob proposta de Tomlinson (1983). Os valores de recalque absoluto, distorção angular e velocidade de recalque permanecem dentro do recomendado pela literatura técnica. No entanto, os resultados da comparação entre o recalque da estaca isolada e o recalque do grupo, mostraram que o valor dessa delação Rs para o edifício vale em torno de 11, ou seja, o recalque das estacas em grupo é 11 vezes maior do que da estaca isolada. A retroanálise dos parâmetros geotécnicos aliado ao método de Aoki e Lopes (1975) não quantificaram satisfatoriamente o recalque do grupo, enquanto utilizando o método de Randolph e Wroth (1978) se mostrou aceitável.