Papel do ambiente obesogênico sobre o estado nutricional de crianças menores de cinco anos

Abstract

Nos primeiros anos de vida, as experiências adquiridas pela criança se dão por influências ambientais e principalmente por sua interação com a família, podendo o ambiente propiciar a formação de hábitos obesogênicos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o papel dos indicadores do ambiente obesogênico sobre o estado nutricional de crianças menores de cinco anos. Os dados foram coletados utilizando formulários estruturados, sendo a amostra constituída por 445 crianças para o estudo do tipo caso-controle, acompanhadas da mãe, atendidas no ambulatório geral de nutrição do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP. O grupo caso foi constituído por crianças com excesso de peso, onde foi utilizada a classificação do índice de massa corporal-para-idade ≥+1 score z e o grupo controle score z entre 0 e -2. Foram aplicados formulários de ambiente obesogênico, das práticas alimentares maternas (previamente validado), do comportamento alimentar e dos marcadores do consumo. A análise estatística foi realizada em três etapas (análises univariada, bivariada e multivariada). Para a análise multivariada foi realizada Regressão de Poisson obedecendo a um modelo hierárquico, adotando-se valor de p < 0,05 como estatisticamente significante. O grupo caso obteve maiores medianas para as subescalas relacionadas a “interesse pela comida” e maiores medianas para cinco das oito dimensões das práticas alimentares maternas não responsivas (valor p <0,01). As variáveis local de residência, estado nutricional materno, espaço para recreação, comportamento sedentário, consumo de fruta e verdura permaneceram estatisticamente significantes após a análise de regressão logística. Os indicadores do ambiente obesogênico exercem papel importante sobre os fatores associados ao excesso de peso infantil.