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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33626
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Title: | A “vida-luta” no morro: dinâmicas sociais como resistência na luta pela moradia urbana no Alto José Bonifácio |
Authors: | PIMENTEL, Flora Clarissa Cardim |
Keywords: | Antropologia; Antropologia urbana; Habitação – Aspectos sociais; Direito à moradia; Desastres |
Issue Date: | 13-Mar-2018 |
Publisher: | Universidade Federal de Pernambuco |
Abstract: | Esta dissertação tem como objetivo compreender as dinâmicas familiares e comunitárias geradas entre os moradores das áreas de morro frente o contexto do risco de desastres a que suas casas estão expostas. O estudo se desenvolveu no Alto José Bonifácio, bairro localizado na zona norte do Recife, e está situado no âmbito da antropologia urbana estabelecendo uma interface com a antropologia dos desastres. Com a pesquisa, tenho a intenção de aproximar a temática dos desastres socioambientais em espaços de moradia urbana ao conhecimento antropológico. Dentre outros recursos, a etnografia foi desenvolvida a partir de: 1) leituras de estudos já realizados sobre o assunto; 2) observação participante realizada em campo; e 3) entrevistas com diferentes moradores do bairro. A pesquisa teve como foco as dinâmicas familiares/comunitárias, que compreende práticas e arranjos sociais com o caráter de autoproteção individual e/ou comunitária com o objetivo de evitar um desastre ou amenizar as consequências deste. Também foram consideradas as rotinas das famílias que já foram atingidas por um desastre relacionado à moradia na barreira, bem como as ações geradas em torno do risco do desastre, isto é, da possibilidade da ocorrência de um evento desastroso. Foram analisadas as ações baseadas na solidariedade, na consciência coletiva, na responsabilidade individual, política e outras. A leitura de estudos realizados anteriormente e a leitura de conjuntura atual possibilitaram compreender que a omissão do poder público e a precarização do espaço de moradia constituem formas de forçar a expulsão ou o despejo dos citadinos das áreas de morro. Com base na teoria interpretativa, as estratégias lançadas pelos moradores para persistirem nestas áreas foram consideradas como práticas de resistência postas na contemporaneidade, quando o despejo e a expulsão se dão de forma não declarada. A ausência do Estado na garantia da segurança à moradia acarreta na responsabilização dos próprios indivíduos sobre o provimento e o cuidado com suas casas. Assim, a transferência da responsabilidade do poder público para os indivíduos se constitui no processo de individualização, compreendido aqui como um reflexo de processos globais sobre o local. Em linhas gerais, foi possível apreender com a pesquisa que, para os moradores que vivem em contexto de risco de desastre, as relações de parentesco e a vizinhança se constituem nas redes mais importantes diante de um acontecimento desastroso. A família é a principal instituição que supre as necessidades dos indivíduos atingidos por um desastre e os vizinhos conformam-se em uma a rede fundamental no momento do socorro, de assistência, abrigo de curta duração e na reconstrução das moradias. A responsabilização, a culpabilização e até a competição entre os moradores são identificadas como as consequências mais perversas da ausência do Estado, uma vez que a (auto)responsabilização escamoteia a dimensão política do desastre nas áreas de morro. Ademais, quando o deslizamento de barreira é iminente, mas não acontece, nos deparamos com o outro lado da perversão: a dinâmica familiar passa a girar em torno “do pior que pode acontecer”, modificando dramaticamente o cotidiano das pessoas que vivem em áreas suscetíveis a desastres. |
Description: | SOUZA, Vânia Rocha Fialho de Paiva e, também é conhecida em citações bibliográficas por: FIALHO, Vânia Rocha |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33626 |
Appears in Collections: | Dissertações de Mestrado - Antropologia |
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