Caracterização geotécnica e estudo da capacidade de carga de estaca escavada, instrumentada, submetida à compressão axial em solo de Formação Barreiras

Abstract

Esta dissertação apresenta um estudo sobre a capacidade de carga de estacas escavadas, executadas em solo não saturado da Formação Barreiras da cidade de João Pessoa- PB, Brasil. Nesta pesquisa foi analisado o comportamento de uma estaca escavada de diâmetro  = 0,80 m (8 mm) e comprimento L= 18 m. Tal estaca foi submetida à esforço de compressão através da realização de prova de carga (lenta). O subsolo local é composto por solo arenoso (0 a 1,70 m de profundidade), arenito (1,70 a 2,80 m), silte argiloso (2,80 a 15,80 m), silte argiloso com pedregulho (15,80 a 17,0 m), silte argiloso com pouca laterita (17,0 a 20,80 m). A estaca foi instrumentada ao longo do fuste com extensômetros elétricos, de maneira a se obter os dados do mecanismo de transferência de carga e de deslocamento em profundidade. Desta maneira obteve-se o valor da carga de ruptura, através da completa solicitação por atrito lateral e por resistência de ponta (extrapolação da curva carga recalque), apresentados pela interação do sistema solo-estaca, ou estipulando-se uma ruptura em função de um recalque limite ou ainda de critérios de ruptura física, como o Método da Rigidez (Décourt), Chin e outros. Assim, analisa-se os métodos de previsão de carga, realizando uma comparação entre os resultados reais e os previstos através de métodos semiempíricos para o elemento fundação, com o auxílio da curva carga x recalque e da instrumentação. Confrontando os resultados experimentais com os resultados de previsão de capacidade de carga, pretende-se chegar a um entendimento sobre a interação estaca/solo e seu modo de transferência de carga para o solo. O mecanismo de transferência da carga ao solo deu-se predominantemente por atrito e os métodos de extrapolação da carga de ruptura não foram eficazes para o nível de carregamento/deslocamento. O Método da Rigidez adequou-se para esta pesquisa, com resultados praticamente iguais com os da instrumentação. O método de capacidade de carga de Décourt e Quaresma, com a utilização do coeficiente  = 2,50, proporcionou resultados acurados para a parcela de atrito lateral.