Consumo alimentar de crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família, Vitória de Santo Antão, PE

Abstract

O acesso a uma alimentação adequada e saudável é algo primordial para a sobrevivência humana, além de ser um direito a todas as pessoas. Alimentação saudável deve ser compreendida como variada e equilibrada, tanto em quantidade como em qualidade, além do consumo moderado de alimentos ricos em gorduras, carboidratos simples e sódio. Levando-se em consideração que a infância é determinante na formação dos hábitos alimentares da fase adulta, o consumo alimentar das crianças é um indicador fundamental relacionado aos agravos nutricionais que possam surgir ao longo da vida. O presente estudo objetivou avaliar o consumo alimentar, em crianças menores de sete anos beneficiárias do Programa Bolsa Família, no município de Vitória de Santo Antão, PE. A população de estudo foi composta por crianças atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do referido município. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário socioeconômico e questionário de marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). As analises estatísticas ocorreram utilizando software SPSS na versão 20.0. Foram analisadas 228 crianças (sendo 52,2% do sexo feminino e 47,8% do sexo masculino), distribuídas em cinco das 27 UBS’s do município: Jardim Ipiranga, Mario Bezerra, Redenção, Caiçara e Amparo. No que diz respeito ao consumo de alimentos saudáveis (Feijão, cernes, frutas, legumes e verduras) os percentuais mostraram-se satisfatórios, alcançando 90,1%, por outro lado, o consumo de ultraprocessados apresentou-se igualmente elevado, alcançando 87,3%. Em relação às variáveis associadas ao consumo dos produtos ultraprocessados, os achados revelaram que crianças do sexo feminino e aquelas que realizavam as refeições em frente à televisão consumiram mais esse tipo de produto, assim como os filhos de mães com idade <30 anos, com valores de p=0,04; 0,01 e < 0,01, respectivamente. Neste sentido observa-se a necessidade do desenvolvimento de estratégias de monitoramento do consumo dessas crianças, além das atividades de educação alimentar e nutricional, de forma a fortalecer as escolhas alimentares, favorecendo a qualidade de vida e prevenindo os agravos nutricionais.