Barreiras Individuais e Sociais de Adolescentes Puérperas na Autonomia Contraceptiva para Prevenção de Nova Gravidez

Abstract

Objetivo: Identificar as barreiras individuais e sociais enfrentadas por adolescentes no período puerperal que dificultam sua autonomia na escolha e uso de métodos contraceptivos, visando à prevenção de uma nova gravidez. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva, de caráter transversal, realizada no Hospital Barão de Lucena, em Recife-PE. A amostra foi composta por 50 adolescentes puérperas, com idades entre 13 e 18 anos, internadas na maternidade da instituição. A coleta de dados ocorreu entre janeiro e abril de 2025, por meio de um questionário estruturado contendo informações sociodemográficas e individuais relacionadas ao uso de contraceptivos. Os dados coletados foram processados no Programa Epi-Info, versão 7.2.7, e analisados por estatística descritiva no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer no 7.373.307. Resultados: A média de idade das participantes foi de 16,6 anos, predominando adolescentes entre 17 e 18 anos (58%). A via de parto mais frequente foi a normal (68%). No que diz respeito à escolaridade, a maior parte encontrava-se em processo de escolarização, ainda cursando o ensino fundamental ou médio. Observou-se que 54% declararam-se casadas ou em união estável, e 42% afirmaram não possuir religião. Quanto à moradia, 46% relataram residir com o parceiro, e 80% não exerciam atividade remunerada, o que evidencia dependência financeira. Entre as barreiras individuais relacionadas ao conhecimento e uso de métodos contraceptivos, identificou-se que a injeção mensal foi o método mais conhecido, mencionado por 92% das adolescentes, demonstrando maior familiaridade com contraceptivos hormonais. Ademais, 88% manifestaram interesse em utilizar algum método contraceptivo durante o período puerperal, sendo a injeção mensal também considerada o método mais seguro para prevenção de uma nova gestação, indicada por 42% das entrevistadas. Conclusão: Os achados revelam que, embora muitas adolescentes expressam interesse em evitar uma nova gestação mediante o uso de contraceptivos, diversos fatores dificultam sua autonomia. Entre eles destacam-se a carência de informações claras e acessíveis, a insegurança no processo de decisão e a influência de fatores externos, como apoio ou não do parceiro e contexto social. Esses aspectos configuram entraves que comprometem a escolha livre e o uso efetivo de métodos contraceptivos no período puerperal.