Desenvolvimento de aplicação mobile com integração de dados de wearables para o autocuidado em saúde de adolescentes

Abstract

O avanço das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e o aumento do comportamento sedentário entre jovens, intensificado pela pandemia de COVID-19, têm impulsionado a busca por soluções digitais em saúde, como aplicativos e wearables. Diante desse cenário, este estudo teve como objetivo desenvolver um protótipo de aplicativo móvel para integrar dados de wearables e auxiliar no monitoramento e promoção do autocuidado em saúde, focando nas recomendações de comportamento 24 horas (atividade física, sono e tempo sedentário). Métodos: O protótipo, nomeado "Motiv", foi desenvolvido no Figma, fundamentado em diretrizes internacionais de comportamento 24 horas e monitoramento digital. Sua usabilidade foi avaliada por 23 participantes utilizando a System Usability Scale (SUS), com análise descritiva dos dados e aplicação do teste U de Mann-Whitney para comparar percepções entre grupos de nível de escolaridade, após verificação de normalidade via Shapiro-Wilk e homogeneidade de variâncias com Levene. Resultados: Foi criado um wireframe navegável com funcionalidades de monitoramento detalhado (frequência cardíaca, sono, passos e metas de C24h), engajamento (feed de atividades, gamificação) e personalização. A pontuação média geral do SUS foi de 83,91 (classificação "Bom"). A análise estatística revelou que apenas a dimensão "Complexidade do sistema" apresentou diferença significativa entre os grupos de nível de escolaridade (p=0.034; r=-0.454), enquanto as demais dimensões e a pontuação total do SUS não mostraram diferenças significativas. A análise por percentil identificou dois grupos de usuários: um altamente satisfeito e consistente nas respostas, e outro com pontuações mais baixas e alta variabilidade principalmente em "Complexidade do sistema" e "Minimização de erros". Conclusão: O protótipo demonstra potencial para a promoção do autocuidado em saúde digital. Contudo, a percepção variada da complexidade do sistema, especialmente entre diferentes níveis de escolaridade e segmentos de usuários, destaca a necessidade de ajustes no design para garantir uma experiência mais uniforme e inclusiva. Estudos futuros, incluindo análises mais aprofundadas de usabilidade e validação clínica da eficácia, são recomendados para consolidar a ferramenta.