Associação da atividade física, do comportamento sedentário e do sono com excesso de peso em adolescentes : uma análise de classe latente

Abstract

A obesidade é uma pandemia global, com aumento significativo em crianças e adolescentes, principalmente em países de baixa e média renda, tornando-se um grande desafio de saúde pública. A maioria dos adolescentes não segue as recomendações de atividade física, comportamento sedentário e sono, com altos níveis de inatividade física, tempo excessivo de tela e sono inadequado. Estudos recentes enfatizam a necessidade de analisar esses comportamentos de forma integrada para identificar padrões comportamentais e suas relações com a obesidade e outros indicadores de saúde. O objetivo foi analisar a prevalência de atendimento às recomendações de atividade física, comportamento sedentário e sono, e sua associação com a obesidade em adolescentes. Trata-se de um estudo transversal, com adolescentes do ensino médio da rede pública do estado de Pernambuco. O tempo de AF, CS e sono foram obtidos apartir do Global School-based Student Health Survey. A massa corporal e estatura foram medidos para calcular o Índice de Massa Corporal e o status de peso, categorizado conforme os percentis sugeridos pela Organização Mundial da Saúde. Foram utilizadas análise de agrupamentos para combinações de atendimento às recomendações. Para identificar os padrões comportamentais dos adolescentes foi utilizada Análise de Classes Latentes. A regressão logística binária foi empregada na associação do atendimento às recomendações e a obesidade. O estudo incluiu 2.925 adolescentes de 14 a 19 anos, com 13,3% classificados como obesos e apenas 4,4% atendendo às três recomendações de atividade física, comportamento sedentário e sono. Os padrões comportamentais foram explicados por um modelo de duas classes latentes. A Classe 1A (51,8%) foi descrita como "ativa e não sedentária", apresentando maior probabilidade de atender à recomendação de atividade física e menor probabilidade de atender à de comportamento sedentário. Já a Classe 2A (48,2%) mostrou padrões opostos. As análises foram realizadas separadamente para as subamostras masculina e feminina. O estudo não identificou associação entre o atendimento às recomendações e a obesidade. Esses achados fornecem evidências importantes sobre adolescentes da região nordeste do Brasil, que podem ser úteis para novas pesquisas.