PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E INDICADORES DE RESULTADOS DE ENFERMAGEM DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Abstract

Os cuidados paliativos visam proporcionar qualidade de vida a pacientes com doenças ameaçadoras da vida, como o câncer, por meio de uma abordagem multidimensional e contínua. A enfermagem possui papel essencial nesse contexto, sendo responsável por avaliar e acompanhar os pacientes de forma integral. Objetivou-se analisar o perfil epidemiológico e os indicadores de enfermagem dos pacientes em Cuidados Paliativos atendidos no Hospital das Clínicas/EBSERH/UFPE, nos últimos cinco anos. Estudo transversal, quantitativo e retrospectivo, realizado por meio da análise de prontuários de pacientes acompanhados pela Comissão de Cuidados Paliativos em um hospital público universitário. As variáveis incluíram dados sociodemográficos, clínicos, sinais e sintomas, internações, óbito, procedimentos e indicadores de qualidade da assistência de enfermagem de processo e resultados criados pelo Núcleo de Gerenciamento Hospitalar da Associação Paulista de Medicina (2006). Os pacientes eram, em sua maioria, pacientes idosos (X = 61,9 + 13,2), casados (42,5%), com ensino médio completo (27,4%). Todos eram pacientes oncológicos, em fases avançadas da doença, que realizava tratamento modificador de doença atualmente (30,5%) ou estavam em Cuidados Paliativos Exclusivos (53,3%), com sintomas intensos, principalmente palidez (7,6%) e dor (7,3%) e internações recorrentes para controle de sintomas (35,4%) em uma média de 5,27 + 2,95 meses. Entre os indicadores de processo, a incidência de úlcera por pressão foi a mais prevalente (28,8%), seguida da incidência de não conformidade da administração de medicamentos (16,4%) e da perda de sonda nasogastroenteral (15,1%). Dentre os indicadores de resultados, a taxa de mortalidade foi a mais prevalente (75,3%). A atuação tardia da equipe de CP pode ter impactado negativamente no controle de sintomas e na manutenção da funcionalidade, assim como na continuidade do cuidado. Aspectos psicossociais e espirituais foram frequentemente negligenciados. Evidenciou-se a importância de iniciar os Cuidados Paliativos precocemente, promover educação continuada entre os profissionais, utilizar indicadores sistematicamente e qualificar os registros, para garantir uma assistência integral e de qualidade aos pacientes oncológicos.