Telessaúde e Diabetes Mellitus: uma análise das publicações de Segunda Opinião Formativa

Abstract

INTRODUÇÃO: A telessaúde, através da Segunda Opinião Formativa (SOF), é uma abordagem inovadora para a prestação de cuidados de saúde, facilitando o acesso à informação e na gestão de doenças crônicas, como o Diabetes Mellitus (DM). OBJETIVO: Analisar as publicações de SOF sobre DM na perspectiva da telessaúde no Brasil. MÉTODO: Estudo bibliométrico utilizando dados da Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção Primária à Saúde (BVS APS), no período de 2007 a 2024. Foram selecionadas 145 SOF, das quais 49% abordaram diretamente o diabetes e 51% trataram de temas correlatos, como hipertensão e obesidade, sendo excluídas da análise. RESULTADOS: A distribuição temporal revelou picos em 2009 (25,4%) e 2021 (12,7%), refletindo a expansão do Programa Nacional de Telessaúde e o impacto da pandemia de Covid-19. A maior parte das SOF foi gerada a partir de dúvidas de médicos (47,9%), seguidos por Agentes Comunitários de Saúde (21,1%) e enfermeiros (14,1%). Os Núcleos de Telessaúde mais produtivos foram Rio Grande do Sul (47,9%) e Minas Gerais (11,3%). A análise dos descritores DeCs/MeSH e CIAP2 destacou a relevância da abordagem multiprofissional no manejo do DM. Observou-se uma lacuna na atualização das SOF, com 31,7% sem grau de evidência registrado, embora a maioria (43,9%) fosse classificada como Grau D (opiniões ou consensos). CONCLUSÃO: Para melhorar a confiabilidade e utilidade das SOF, é necessário ajustar a plataforma BVS APS, categorizar com mais rigor e atualizar as publicações regularmente, especialmente com as novas diretrizes do manejo do diabetes.